Recentemente, muitas pessoas estão sendo demitidas. Crescentes demissões em massa causadas pela crise do COVID-19, e ser demitido, pode afetar tanto quem fica como quem sai de uma empresa. Quem sai pode entrar em uma nova empresa sofrendo com a síndrome de impostor. Será que isso acontece só com os novatos de uma área?
Ser cortado em uma demissão em massa
A cada dia vejo mais posts no Linkedin sobre pessoas que foram demitidas nessa crise que se inicia. Nestes posts, colegas de trabalho tentam animar quem foi demitido e promovê-los postando links de seus perfis, atestando-os como excelentes profissionais. Fazem isso como uma forma para ajudar os colegas e muitas vezes até compartilham planilhas com Nome, Cargo e Contato de todas as pessoas que foram demitidas.
Apesar de sair sendo endossadas por colegas, essa é uma fase na qual muitas dessas pessoas perdem a confiança em nelas mesmas. Ser demitido nunca é uma situação agradável e dependendo de como é feito pode ser até traumático.
Quem foi cortado pensa no que poderia ter feito diferente ou se compara com quem ficou. E quem sobreviveu ao corte pensa que será o próximo e que não é em nada diferente daqueles que saíram. É ruim para todo mundo.
Sempre acredito que analisar criticamente o porquê de ter sido demitido é uma maneira de melhorar como profissional em épocas normais, todavia vivemos em tempos sombrios e nele o imponderável exerce o papel principal, por isso, se você sofreu em uma demissão em massa, não seja tão crítico com você mesmo. Quando estiver recuperado do baque e pronto para outro emprego, saiba que existem muitas empresas que ainda estão contratando. Será a hora de levantar a cabeça, lembrar-se das suas conquistas e seguir em frente.
A Síndrome do Impostor
Só que mesmo nos casos de profissionais excelentes que foram cortados, existe um grande risco de sofrer da síndrome do impostor quando pisarem em uma empresa nova. Quero ligar isso a uma história que aconteceu há algumas semanas nos EUA. O governador do Colorado resolveu criar um comitê junto à iniciativa privada para combater o COVID-19 e o investidor Brad Feld indicou Matt Blumberg para dar partida no projeto montando o time.
Matt é um ex-CEO que liderou sua empresa Return Path por 20 anos e a vendeu no ano passado por centenas de milhões de dólares. Uma pessoa super gabaritada e endossada por outras pessoas excelentes. Mesmo assim, Matt sofreu da síndrome do impostor.
Durante os 12 dias nos quais ele trabalhou arduamente para montar esse time, Matt manteve um diário e postou como se sentia em seu blog. Logo no primeiro dia, ele relata ter se sentido com uma “mega síndrome do impostor”. Matt é gente como a gente.
Portanto, não importa se você está começando agora ou tem +20 anos de experiência. Essa sensação é normal e para quem está buscando novos desafios depois de ter sido demitido durante a crise, deve ser mais comum ainda.